domingo, 29 de abril de 2012

CRÔNICA : LIBERDADE!



                                                   LIBERDADE!





                     BEEP, BEEP, BEEP! ... Como de costume, escandalosamente, despertava meu celular...
Eram seis e dezesseis da manhã... Esta mania minha com os números até mesmo para o horário de abertura dos meus próprios olhos...
                     Quinta-feira, auge daquela semana tumultuada. Conforme reza o protocolo, levantei-me e rigorosamente iniciei todo meu itinerário pré-trabalho. Ao banheiro fui, abri a torneira, aquela água gelada... Ah! Fria como aquela manhã. Mas antes mesmo que meus dentes pudessem prová-la, a campainha é acionada: quem seria?
Num segundo que durou uma eternidade pensei de tudo. E repentinamente a calmaria se transformou em medo. Medo? Sim, muito medo. Não sabia porquê mas a reação foi instintiva: rapidamente me enxuguei e corri até a porta. Mal sabia o que me esperava...
                     Abri a porta: na verdade, não. Não conseguia! A porta estava emperrada, algo estava impedindo que eu a abrisse. Algo ou alguém. Ou... NÃÃÃÃOOOOO! Era um alguém, mas que já tinha ido ‘desta para melhor’: um cadáver de um homem na porta de minha casa!
Desespero... Agora sim, o verdadeiro. Não aquele enigmático de momentos anteriores. Este tinha nome: culpa! Sim, caro leitor, culpa... Culpa de ter matado aquele homem, mesmo sem ter feito nada.
                   Era tarde demais, eles haviam conseguido. Tramaram de maneira brilhante. Um crime perfeito imputado a um inocente. Corri até o telefone e me entreguei à polícia. Assim seria melhor: era a trégua necessária para a guerra que perdia. Minha cabeça já não aguentava mais e queria descansar. Clamava por tempo: o que seria me ofertado com a condenação...


Profª Sílvia Dolores Góes de Almeida

2 comentários:

  1. Silvia sua crônica está ótima adorei ler e no final fica um gosto de quero mais.Parabéns.

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  2. Silvinha, dessa vez você caprichou.

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