quinta-feira, 12 de abril de 2012

O melhor presente


Cresci e fiz as séries iniciais na  zona rural , em meio à revista “O Cruzeiro” de quem meu pai era leitor assíduo. Aos cinco anos “apreciava”  as fotos e propagandas e “testemunhei” o suicídio do presidente Getúlio Vargas. Me fascinava ver a foto imensa do presidente morto. Vendo por esse ângulo, parece que tudo era fácil, mas nem sempre foi. Foi preciso comprar uma casa na cidade para que eu e meus irmãos continuássemos os estudos e esse fato ocasionou um certo atraso na conclusão do ginasial e científico.  Essas lembranças  me remeterem  aos anos sessenta quando era estudante do ginasial, hoje ensino fundamental. Ler era o meu êxtase e foi nessa época que li “Eram os deuses astronautas” e que me impressionou muitíssimo. Lia o que me aparecia na frente e até “porcarias”, como eram vistos certos gibizinhos. Em razão disso minhas redações eram ótimas e algumas delas foram publicadas no jornal da cidade (Palmital/SP) onde morava, por indicação da professora de português que, anos mais tarde, se tornaria colega de profissão. Já no científico, hoje ensino médio, escrevia poesia por sugestão da professora de filosofia, que sempre adentrava na  classe portando algo: uma rosa recém colhida, uma folha seca, um livro. Ler e escrever eram os exercícios para a mente e continuam sendo meu maior prazer. A biblioteca da escola era o meu oásis.  Quer se eternizar? Escreva um livro! Para finalizar este depoimento, quero citar uma frase de Sêneca: “Dar um livro a alguém não é apenas uma gentileza, é um elogio”.

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